No próximo dia 16 de outubro é celebrado o Dia Mundial da Alimentação. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Em 2016, com o tema “O clima está mudando. A alimentação e a agricultura também”, a organização propõe uma reflexão que vai além do simples ato de ‘matar a fome’. Tem a ver com a cultura, história, política, economia, meio ambiente e, claro, saúde.
Aqui no blog, vamos focar na saúde! Como esse alimento chega ao nosso prato, e de que forma estamos voltando nossas atenções para a qualidade do que comemos. O blog propõe uma série de reportagens onde pretende alertar sobre os riscos de uma alimentação pobre em nutrientes. Dos alimentos industrializados ao excesso de agrotóxicos.
De que forma essa dieta influência no desenvolvimento do câncer?
Uma nova avaliação realizada pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, da Organização Mundial da Saúde (OMS), concluiu que o excesso de peso corporal, por exemplo, aumenta o risco de desenvolver 13 tipos de câncer (cólon e reto, esôfago, rim, mama na pós-menopausa, endométrio, estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas, ovário, tireoide, meningioma e mieloma múltiplo).
E os números não param de crescer!!
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o País deve registrar 596 mil novos casos em 2016. No mundo, atualmente, 8,2 milhões de pessoas morrem por ano por causa da doença. Como a alimentação está diretamente relacionada à incidência do câncer, é preciso, também, conscientizar que a mudança de alguns hábitos pode trazer muitos benefícios.
O médico de família e comunidade, Guilherme Bruno de Lima, conta que diversos hábitos podem contribuir para acelerar o processo da doença ou desencadeá-lo, como a ingestão de bebida alcoólica e também a dieta rica em alguns tipos de alimentos sabidamente com potencial cancerígeno. Ainda segundo o INCA, a alimentação e a nutrição inadequadas são responsáveis por até 20% dos casos de câncer nos países em desenvolvimento, como o Brasil, e por aproximadamente 35% das mortes.
Em 2015, no mesmo período, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, da Organização Mundial da Saúde, inseriu os produtos embutidos e outras carnes processadas – como salsicha, linguiça, bacon e presunto – na lista do grupo 1 de carcinogênicos, junto com tabaco, amianto e fumaça de diesel. A agência divulgou que o consumo desses produtos aumentaria o risco de câncer do intestino e que as carnes vermelhas, do tradicional churrasco do final de semana, também poderiam provocá-lo.
“O relatório apontou um aumento de 18% de risco para um consumo diário de 50 gramas destes alimentos embutidos, já que os processos de preparação e conservação prolongada utilizam grandes quantidades de sal e outros aditivos químicos. Na interação de longo prazo com o organismo, podem propiciar alterações que aumentam o risco de aparecimento da doença” explica Guilherme, que também é membro da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC).
Ainda de acordo com o médico, existem os alimentos que, se consumidos em excesso, podem contribuir direta ou indiretamente para o risco de desenvolvimento da doença.
Quais são esses alimentos?
Carne vermelha – deve ser consumida com cautela, (em média 300g por semana). O alimento possui grandes quantidades de ferro, que podem ter um efeito tóxico sobre a célula e facilitar o desenvolvimento de câncer no intestino (cólon e reto).
Carnes processadas (bacon, linguiça, salsisha) – contêm nitritos e nitratos que em contato com o estômago podem provocar mutações e por consequência o aparecimento de tumores;
Sal em excesso – o sal em quantidades elevadas (mais do que 5g por dia) pode provocar lesões na parede do estômago, aumentando o risco de câncer no órgão. Evite alimentos que contêm conservantes, como sopas em pó, macarrão instantâneo, lasanha congelada e até os cereais matinais;
Refrigerantes – além de ter uma elevada concentração de sódio, contêm a substância 4-MI (4-metil-imidazol), classificada como possivelmente cancerígena pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma pesquisa recente mostrou que a quantidade da substância encontrada em uma marca de refrigerante a base de cola no Brasil, foi a maior concentração identificada dentre todos os países pesquisados.
Açúcar em excesso – favorece mecanismos inflamatórios e picos de insulina que ajudam no aparecimento da doença. Segunda a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo deve ser de no máximo 10% das calorias diárias, cerca de dez colheres de chá. A recomendação abrange a união do açúcar inserido na alimentação manipulada em casa e nos industrializados. Por isso, é importante ficar atento às informações nutricionais nas embalagens dos alimentos.
Obesidade como fator de risco, fique ligado!
Segundo a Organização da Saúde, 640 milhões de adultos e 110 milhões de crianças e adolescentes são obesos (dados de 2014 e 2013, respectivamente). No Brasil, 56,9% da população apresenta excesso de peso e 20,8% é obesa. O sedentarismo e a alimentação baseada em alimentos processados e embutidos contribuem diretamente nos resultados citados.
O excesso de gordura corporal provoca um processo inflamatório crônico e altera o metabolismo de hormônios que podem causar danos às células, provocando ou acelerando o surgimento da doença. “A obesidade provoca uma disfunção hormonal. Nas mulheres, por exemplo, um desequilíbrio na produção de progesterona e estrogênio, que podem estimular o desenvolvimento de um câncer de endométrio. Outro fator provocado pela obesidade é a produção de insulina, que em excesso também contribui para o aparecimento da doença”, afirma o diretor de Ginecologia Oncológica do A.C. Camargo, Dr. Glauco Baiocchi.
Segundo o médico, uma das formas de se prevenir o câncer é diminuir a gordura corporal com uma dieta equilibrada. A obesidade pode ser calculada com base no Índice de Massa Corporal, “onde o ideal é manter o IMC abaixo de 30”, acrescenta Dr. Glauco Baiocchi.
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