Em evento que aconteceu em Londres ontem sábado (05/05), a ex-presidente Dilma fez duras críticas a Operação Lava Jato por supostamente “destruir” grandes empreiteiras brasileiras, e afirmou ainda que legislação virou “arma de arbítrio e exceção”.
A ex-presidente ainda lamentou por ter assinado a lei que prevê a colaboração premiada. Também comparou a forma como as delações premiadas da Lava Jato vêm sendo negociadas com uma forma de tortura. “Infelizmente assinei a lei que criou a delação premiada. Digo infelizmente porque ela foi assinada genericamente, sem tipificação exaustiva. E a vida mostrou que sem tipificação exaustiva ela poderia virar uma arma de arbítrio, de absoluta exceção”, disse a ex-presidente.
As declarações de Dilma foram feitas na abertura do Brazil Forum UK, na London School of Economics, em Londres. A conferência, que é organizada por estudantes brasileiros de várias universidades britânicas, tem como tema neste ano os 30 anos da Constituição de 1988.
“Prendem e submetem a uma forma de controle. Na minha época era uma moleza: era só ser preso – já que torturavam, tinha pau de arara, choque, afogamento e morte. Para nós era considerado leve, mas para as pessoas normais ser preso é gravíssimo: é perder a liberdade e o direito de ir e vir. Por isso em alguns países se usa a exigência de que a delação só possa se dar sob condições voluntárias. Porque do contrário você submete e induz a pessoa a dizer o que você quer ouvir. A tortura faz isso. A tortura faz a pessoa dizer o que se quer. Às vezes a pessoa não diz, mas às vezes a pessoa mente. Se se mente sob tortura, imagina se não se mente sob delação premiada”, disse.
Por fim, Dilma voltou a afirmar que o PT não cogita outra candidatura à Presidência que não a de Lula, que está preso e é ameaçado pela Lei da Ficha Limpa. “O PT não vai tirar o Lula nem oferecer outro candidato. Nós iremos sustentar a posição de inocência, e não cabe a nós tirar o Lula das eleições. Ele é uma ideia de unidade. Se o Lula participar, ele ganha a eleição”, disse Dilma.
Ela, no entanto, disse que não vê o PT dominando para sempre as candidaturas de esquerda no país em eleições posteriores a 2018. “Seria absurdo discutir plano B. Mas isso não significa que eu ache que os candidatos do futuro serão todos do PT. Nós vamos ter que passar o bastão para as novas gerações”, completou.
Fonte: msn / notícias
Izaque Vieira / Redação Portal Sou de Sergipe