A secretaria de educação de Monte Alegre de Sergipe cai do conceito quando bloqueia seus professores e anuncia sinais de queda na educação para este ano de 2019.
O acometimento de erros elementares na tomada de decisões por parte da secretaria de educação local revela uma tremenda falta de competência material para gerir as causas relacionadas ao processo educativo.
Nota-se o paradoxo lamentável exarado no conteúdo do folder, entre o que seria a semana do professor e o que foi apresentado ali.
Como se não bastasse o não provimento da chamada pública, a “jornada pedagógica” marcada para os dias 12, 13 e 14 de fevereiro deste ano, nada teve de pedagógico e não trouxe nada de subsídio para o professor levar para sua sala de aula. O tempo maior da jornada pedagógica foi tomado por um discurso pronto, entediante, cansativo e genérico, cuja dinâmica se aplica a qualquer evento, principalmente os do ramo empresarial.
O “garoto treinador” é garoto propaganda de si mesmo.
Um bom planejamento evita problemas posteriores, tendo a semana pedagógica o lugar indicado para sediar esse bom debate, com a participação direta do professor.
O que houve de pedagógico se não foi avaliado nada do exercício anterior nem discutido os planos e as ações de melhorias do exercício futuro?
Como irá se saber o que a escola quer atingir se não se conhece da sua política?
É notado que o espaço reclamado na PROGRAMAÇÃO é comumente agendado para alguém que não o professor. Um alguém que não conhece os problemas porque passamos, mas que tem a palavra mágica para acalentar uma classe robotizada e movida pela comoção.
É correto que se tenha no evento à Acolhida,
As boas vindas,
A mensagem de motivação
Apresentação de dinâmicas
Vídeos interativos…
Mas depois disso, entretanto, começa-se discutir a análise dos resultados da escola, as avaliações dos projetos e outros adesivos. Isso não houve.
Os problemas, bem como o crescimento das escolas se resolve ouvindo os professores – verdadeiros atores de sua realidade.
Logo, não se pode permitir que pessoas alheias à situação ocupe o tempo do educador sem o pleno conhecimento do que se passa em sala de aula.
Não se trata de “palavrinha” magica inserida no contexto para animar ou lavar o cérebro das pessoas. Isto é esconder o óbvio. Aqui, se trabalha e discute REALIDADE.
Seria envolvente que os professores tivessem a oportunidade de participar ativamente do evento, falar de seus projetos, das experiências vividas em sala de aula e fora dela, no afã de poder contribuir com a dinâmica e o crescimento de todos.
Como resolver o problema relacionado à redução do número de alunos que cresce a cada ano?
Porque se paga transporte para levar professor da cidade para lecionar no interior, se também permite que os mesmos alunos saiam do interior e venham estudar na cidade?
Se tem escola perto de sua comunidade a LDB 9394/96, não prevê essas evasivas, posto que isso tem implicado em salas vazias ou fechadas
Perde a educação como um todo e o professor que tem que atender um sistema falido, onde se vê obrigado a passar o aluno ano a ano para compor a sala seguinte.
Os alunos são os mesmos, dado ao fato de não ter havido uma boa chamada pública.
Chamada pública não é matrícula, mas infere um cuidadoso exame, discussão, mapeamento ou recenseamento, junto a todas as famílias do município, no sentido de conhecer àqueles que não foram matriculados e, portanto, estão fora da escola.
Em não havendo o devido processo desse levantamento, o ambiente da jornada pedagógica torna-se hostil (onde professor não tem vez nem voz). Isso bloqueia, incômoda, inibe, cala e cauteriza a sua mente de bem atuar e ofertar uma boa logistica, atinente ao processo de ensino/aprendizagem. Isso atravanca o bom andamento dos trabalhos, no conjunto e na consequente transmissão do conhecimento e demais competências auferidas na BNCC, que, inclusive, foi pouco discutida.
Então, necessário se faz saber verdadeiramente o que fazer para não utilizar esse precioso tempo na discussão de longos textos, na realização de dinâmicas de motivação de oba-oba que não acrescenta em nada de concreto do que será realizado durante todo o ano.
A semana pedagógica é o Instituto mais importante do ano para as escolas. É o momento de analisar e avaliar o que deu certo ou errado no ano relativamente anterior e promover os ajustes e as correções pertinentes. É a hora propícia de arregaçar as mangas e planejar ações de combate ao erro, implementando diferentes formas de construção desse caminho. E a melhor maneira de fazer isso é preparar bons diagnósticos, com decisões essenciais de reflexão sobre os rumos que a escola quer percorrer.
Na semana pedagógica é imprescindível a interação e integração do professor e apoio administrativo para esclarecer as metas que as escolas propõem atingir.
É preciso discutir e sistematizar os dados colhidos, fazer possíveis ajustes no PPP, bem como procurar soluções para o ano que se inicia.
Os professor passa o tempo inteiro formando a cabeça de alunos e quando chega o melhor momento para apresentar suas ideias e propostas pedagógicas é simplesmente barrado, bloqueado e impedido de falar dada à total inocência de uma secretaria que, mesmo carente, não aceita ajuda, numa absoluta falta de senso comum e coletivo.
A participação do professor tem que ser direta, sendo a semana o lugar, onde isso deve fluir.
Roga-se, portanto, que em outros momentos, se abra espaço exclusivo para o câmbio de socialização e interação entre os colegas, criando um ambiente democrático, justo, livre e inovador e, ao mesmo tempo, evitando que este fique mendigando a fala do outro para colocar a sua voz, num ambiente que é SÓ seu.
Se aprende mais ouvindo a experiência do professor daqui que qualquer outra contribuição trivial, tendo em vista ser o professor, o agente mediador desse conhecimento.
É de uma pobreza franciscana, a secretaria de educação não entender algo tão visível ou entendendo, não aceitar sugestão de igual modo óbvia.
Se não se pede ou não se aceita ajuda é porque se sabe tudo ou se é auto eficiente. Daí o fracasso é inevitável.
DIÁLOGO?!! NÃO HÁ.
Queria-se reproduzir diálogo, mas diálogo não existe.