Nesses últimos meses, talvez o assunto mais comentado nas rodas de amigos seja a seca e suas consequências. Todos sabem que seca é, necessariamente, um fenômeno climático causado pela insuficiência de precipitação pluviométrica (chuva) numa determinada região por um período de tempo muito grande e que assola toda a região nordeste do país.
Porém em alguns pontos a triste paisagem árida, seca e morta é mais perceptível que em outros. O amarelado melancólico da vegetação queimada pelo Sol se mistura com o esverdeado vívido dos mandacarus, que representa a esperança do povo sertanejo, que, aos poucos, vai se esvaindo com uma seca que já dura mais de quatro anos.
O fato preocupa muito, desde o aposentado até os comerciantes da região, principalmente no sertão do Estado, já que a economia de muitos desses municípios é baseada quase que totalmente na agropecuária. E o tema ganhou ainda mais força nos últimos dias, ao se tornar principal base para as falas de parlamentares municipais e estaduais de Sergipe.
Porém as grandes problemáticas do assunto são: seca se combate ou se previne? Sete milhões dados pelo Governo Federal são esmola ou ajuda?
Já cantava o saudoso Luiz Gonzaga na música VOZES DA SECA:
“Home pur nóis escuído para as rédias do pudê
Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê
Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage”
Combater um fenômeno climático não é algo muito fácil, já que não se prevê com exatidão quando a sua mão de ferro cairá sobre as cabeças do nosso sertão, e muito menos quanto tempo fará vítimas os rebanhos e o povo sofrido que vive dessa terra seca e esturricada. Sendo assim, obviamente o melhor caminho a se seguir é o da prevenção, criando novos reservatórios de água, ampliando os já existentes e desenvolvendo estratégias de distribuição mais eficientes e efetivas, amenizando assim o sofrimento de um povo guerreiro.
As ajudas vindas daqueles escolhidos para a árdua missão de conduzir e salvar os sofredores da nossa terra em tempos difíceis não é abundante como os ditos “gestores” estão acostumados, mas para tempos como estes, quando as dificuldades são iminentes para todos, quando o sertanejo luta todos os dias para se sobreviver e tentar salvar seu rebanho que sucumbe ao sol escaldante desse sertão que não tem nada além da terra seca, muito ou pouco utilizando da criatividade que invade suas cabeças, já é o suficiente para viver um pouco mais.
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