Cinco adolescentes apreendidos e um homem preso acusados de envolvimento em estupro coletivo contra uma criança de onze anos, ocorrido no dia 13 deste mês no loteamento Lauro Rocha, no município de São Cristovão. Este foi o resultado da operação especial desencadeada pela polícia civil na manhã desta quinta-feira, 30, em São Cristovão, articulada pelo Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV). A operação foi batizada de Olhos de Hórus, alusiva ao Deus egípcio dedicado à proteção e ao poder.
Nesta operação foram cumpridos cinco mandados de internaçã contra os cinco adolescentes acusados, um de prisão contra um adulto que teria articulado a ação criminosa e outros nove mandados de busca e apreensão em nove residências de pessoas que teriam tido acesso a um suposto vídeo que contém imagens do estupro coletivo, crime que teria ocorrido dentro da residência de um dos adolescentes acusados.
O delegado Ronaldo Marinho, que coordenou as investigação, suspeita que as imagens foram destruídas, mas muitos aparelhos de telefone celular foram apreendidos nestas residências alvo dos mandados de busca e apreensão e estão sendo periciados. O adulto preso, identificado como Flávio dos Anjos, o Bila, teria sido o articulador do crime, apesar de não ter participado diretamente do ato sexual, segundo informações da delegada Mariana Diniz, coordenadora do DAGV.
Mas a delegada Mariana Diniz não tem dúvida do crime de estupro de vulnerável praticado de forma coletiva contra a criança de onze anos. “É a questão da cultura do estupro, mas não resta dúvida: houve sexo grupal com uma criança de onze anos e isso é inadmissível, está comprovado no laudo pericial”. A delegada informou que a criança já encontrou a cena do crime preparado quando chegou à casa do adolescente e que ela teria reagido, pedindo para não ser violentada. “A vítima foi ouvida e detalha tudo, houve constrangimento, ameaça e violência”, completa a delegada.O Bila seria autor do vídeo que teria sido transmitido para outros moradores do Loteamento Lauro Rocha, mesmo bairro onde o crime aconteceu, por meio das redes sociais. A delegada Mariana Diniz não descarta a possibilidade de outras pessoas serem indiciadas neste caso específico, a partir de possível disseminação do vídeo. “Vamos ver se há armazenamento ou não das imagens”, informou a delegada, referindo-se a pessoas que supostamente teriam tido acesso a este vídeo.
Cultura do estupro
A empregada doméstica Alessandra da Conceição, mãe de um dos adolescentes, de 16 anos, acusado de envolvimento no crime e que seria namorado da vítima, ficou revoltada com a apreensão do filho. “Meu filho foi tratado como marginal, saiu de casa algemado, pior do que ladrão”, desabafou, aos gritos, na porta do DAGV na manhã desta quinta-feira, 30.
“A menina foi pra minha casa, eles se agarravam, e ela aceitou tudo, foi a segunda vez que ela teve lá em casa e estava acostumada a pegar todo mundo”, informou a empregada doméstica, descaracterizando a tipificação criminal de estupro de vulnerável, a linha de investigação que norteia a Operação Olhos de Hórus.
Com informações do Infonet
Comente sobre esse post