O ozônio é um gás incolor que forma uma fina camada na atmosfera e absorve os componentes nocivos da luz solar, conhecidos como raios “ultravioleta B” ou “UV-B”, protegendo os seres humanos dos riscos de desenvolver câncer de pele ou catarata, entre outras doenças. Nos últimos cem anos, a atividade do homem fez com que a camada de ozônio começasse a deteriorar.
De acordo com a última avaliação da Nasa, agência espacial americana, realizada em setembro de 2018, o tamanho do buraco na camada de ozônio é de 23 milhões de km², quase a mesma superfície da América do Norte (24,7 milhões de km²).
Mas, apesar dessa lacuna, a quantidade de moléculas de ozônio na atmosfera ao redor do planeta é “bastante constante, com uma redução de cerca de 2% nos últimos anos”, diz Stephen Motzka, pesquisador químico da Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês).
Em 2017, a Nasa informou que o buraco atingiu o menor tamanho registrado desde 1988. Mas a melhora “excepcional”, segundo os cientistas, estaria relacionada a condições climáticas, e não às ações de conservação.
Os especialistas esperam que o buraco seja reduzido para os níveis de 1980 até o ano de 2070. O Protocolo de Montreal proibiu o uso de certas substâncias para proteger a camada de ozônio, vital para conter a radiação ultravioleta.
A imagem abaixo mostra a camada de ozônio sobre o Polo Sul no dia 12 de setembro:
Em roxo e azul estão as áreas que têm menos ozônio, enquanto em amarelo e vermelho, as que têm mais.
Por que o buraco está sobre a Antártida?
Em 1986, a pesquisadora americana Susan Solomon mostrou que o ozônio estava sendo destruído pela presença de moléculas que contêm cloro e bromo provenientes dos clorofluorcarbonetos (CFCs).
Esses gases eram encontrados em quase tudo – de sprays para cabelo e desodorantes a geladeiras e aparelhos de ar-condicionado – e foram proibidos em 2006.
Quando tentamos localizar no planeta onde está o dano à camada de ozônio, olhamos para a Antártida.
“Quando falamos sobre o buraco na camada de ozônio, nos referimos à Antártida porque é onde a redução do ozônio é mais flagrante e maior durante uma época específica do ano, quando é a primavera (setembro-novembro)”, explica Motzka.
O frio extremo da região e a grande quantidade de luz ajudam a produzir as chamadas nuvens estratosféricas polares.
Nestas nuvens frias, é produzida a reação química de cloro e bromo que destrói o ozônio.
Quais são os países mais afetados pelo buraco?
Com a destruição da camada de ozônio, os perigosos raios ultravioletas do Sol encontram o caminho livre para atingir a superfície da Terra.
É por isso que alguns países da América Latina são mais afetados que outros pelo aumento dos níveis de radiação. Países com altas latitudes no hemisfério sul podem ter uma exposição maior e ser mais afetados pelos danos da camada de ozônio sobre a Antártida, afirmam os cientistas.
Aqueles que estão mais próximos do buraco, como Argentina e Chile, são os mais vulneráveis, segundo o especialista.
Fonte BBC/News
Izaque Vieira / Redação Portal Sou de Sergipe