De acordo com o Jornal New York Times, uma equipe de 34 pesquisadores anunciou na última quarta-feira (9) que isolou o material genético de vírus da hepatite B encontrados em restos mortais de 12 humanos pré-históricos – o mais antigo deles um fazendeiro que viveu no território da Alemanha há 7 mil anos. Apesar de tão antiga, a doença ainda é um problema de saúde pública: de acordo com a OMS, atinge 3,6% da população mundial e mata 877 mil pessoas por ano – muitas por complicações como cirrose ou câncer de fígado.
Segundo o virologista alemão Dieter Glebe, um dos participantes do estudo, deu um passo além e ressuscitou algumas das linhagens do vírus em laboratório. A ideia foi comparar a hepatite B pré-histórica com suas versões contemporâneas para entender melhor as mutações sofridas pelo parasita ao longos dos últimos milhares de anos.
Um dos 34 envolvidos é o dinamarquês Eske Willerslev – pesquisador da Universidade de Copenhagen que foi pioneiro na extração e reconstituição de DNA de esqueletos humanos a partir do pó dos ossos e dentes. Em 2015, pela primeira vez, ele encontrou em um Homo sapiens de 5 mil anos um DNA meio estranho, que de gente não tinha nada: pertencia à bactéria Yersinia pestis, causadora da Peste Bubônica.
Daí em diante, se tornou uma prática razoavelmente comum em laboratórios de ponta procurar material genético de parasitas misturado com o de nossos antepassados. Tanto é que, mais ou menos ao mesmo tempo que a equipe de Glebe e Willerslev fez sua descoberta, um outro grupo de pesquisadores, liderados pelo alemão Johannes Krause do Instituto Max Plank, também identificou o vírus da hepatite B em três esqueletos da Idade de Bronze.
Os pesquisadores ficaram impressionados com a gravidade da infecção nos ossos analisados – a concentração de DNA do vírus era altíssima. É quase certo que a doença contribuiu ou foi a única causa da morte dessas pessoas.
Fonte: msn / notícias
Izaque Vieira / Redação Portal Sou de Sergipe