O Encontro de Escritores Monte-alegrenses e Convidados, é um evento organizado pela sociedade civil através dos Professores, Izaque Vieira, Carlos Alexandre, Marcia Fernanda e Marcos Antônio que juntos, há alguns anos, cansados da mesmice, em pleno 25 de novembro, dia da Emancipação Política de Monte Alegre, fazem um movimento bastante reconhecido em todo o Brasil.
A novidade para 2019 criada pela comissão, foi a realização de um concurso para escolha da arte para capa da Obra, objetivando principalmente valorizar os artistas locais.
Diversas obras foram analisadas levando em consideração a arte apresentada e principalmente o significado da obra levando em considerações os aspectos sociais, econômicos e também históricos.
Após analise da comissão, ficou escolhido mais uma vez, a obra do Artista Plastico, Raulino Dantas que de forma muito abstrata, representou a Feira de Monte Alegre em sua obra de arte.
Raulino Dantas, é natural da cidade de Monte Alegre, tem sua arte escolhida pela 3ª vez e está bastante contente com a escolha. O artista utiliza bastante as redes sociais para divulgação de seus trabalhos artisticos.
Segundo o artista, a ideia foi reproduzir uma imagem real da feira mostrando o cotidiano dos feirantes trazendo assim um universo artístico na arte projetada em abstrato.
Segundo a comissão organizadora, a escolha da arte, se deu por conta da importância que a feira de Monte Alegre possui economicamente e principalmente historicamente.
Para entender melhor o que representa a feira de Monte Alegre, vamos embarcar em uma breve viagem no tempo:
A cidade de Monte Alegre de Sergipe, foi originária de uma fazenda denominada de “Fazenda Nova” do Senhor Januário Farias, fundador da Povoação Monte Alegre Novo. E foi durante esse período de transição( fazenda/ povoado) que nascia de uma forma muito especial, a feira de Monte Alegre, que por dezenas de anos foi considerada uma das maiores feiras da região, por conta justamente da localização geográfica do município, onde cidadãos das cidades vizinhas, inclusive de estados vizinhos vinham fazer suas compras em Monte Alegre.
Com o crescimento populacional aos arredores da Fazenda Nova, em meados do ano de 1919, surgia assim a necessidade de mudança de categoria de Fazenda para povoação.
Segundo a Professora e Historiadora, Valdete Alves; Januário já bastante idoso, orientado pelo seu filho Inácio, tinha a intenção de fazer essa mudança de categoria de Fazenda para povoado, pois em sua velhice, queria toda as redondezas da fazenda habitada. A intensão era atrair mais moradores nas proximidades da Fazenda Nova. Foram doados e vendidos diversos terrenos para construção de moradias.
Segundo a escritora, “Lima Buraqueiro”(comerciante de Porto da Folha), já comercializava seus produtos por aqui, e como era muito amigo de Januário, passava tardes inteiras conversando com amigo.
Lima Buraqueiro, sugeriu que no dia que fosse para comemorar o nascimento do novo povoado, se realizasse um dia de feira com missa celebrando o novo acontecimento.
A ideia foi acatada e José Inácio, a pedido do seu pai, saiu a procura de alguns moradores e fazendeiros da época para disseminação da ideia, combinando com os demais fazendeiros que o nome da nova povoação seria escolhido a partir da seleção para escolha do nome da nova povoação, utilizando a nomenclatura de alguma das fazendas existentes naquela época.
Ainda em 1919, os interessados se reuniram na casa de Januário para definição antecipada do nome da nova povoação. Estavam presente:
Januário Farias(Fundador da cidade), José Inácio de Farias(articulador principal), João Alves Lima(idealizador da festividade), e os moradores Francisco Alves da Silva, Francisco Placido Xavier, Gustavo Melo, Guilherme Ferreira, Juarez Plácido Xavier, Manoel Rodrigues Cabelê, Manoel Ferreira de Paula e Manoel Ferreira dos Santos.
Após apresentação e discussão sobre qual seria o melhor nome, por unanimidade, foi escolhido o nome “Povoado Monte Alegre Novo” em homenagem a Fazenda Monte Alegre que passou a ser chamada de Fazenda Monte Alegre Velho.
Mediante muito esforço, no dia 1º de Janeiro de 1920 (Quinta-Feira), aconteceu a festividade onde o nome da nova povoação foi apresentado aos moradores que festejaram com muita música, acompanhado de um dia de feira e uma missa para celebrar o nascimento do novo.
O local onde aconteceu toda a festividade incluindo a 1ª feira e a missa, foi em frente a casa de Januário que ficava localizada ao lado esquerdo de onde hoje é a Igreja Católica.
Com o passar do tempo, a feira passou a acontecer aos domingos, por ser o primeiro dia da semana, e acabou se transformando em uma das maiores feiras do interior do estado, sendo um verdadeiro ponto de encontro entre os agricultores, feirantes e a população de forma geral.
Atualmente, a feira acontece aos sábados. Com a mudança, a feira diminuiu de tamanho pois passou a competir com outras feiras em cidades vizinhas que acontecem no mesmo dia.
Izaque Vieira / Redação Portal Sou de Sergipe